sexta-feira, 12 de março de 2010

Música Para Ver e Ouvir

Das apresentações de pianistas e orquestras ao vivo nas salas de projeção nos tempos dos cinemas mudo, passando por trabalhos primorosos dos grandes compositores até o uso inconsequente das canções, as trilhas sonoras deram conotações tridimensionais a coreografias, beijos apaixonados de exprimir imagens e emoções em notas musicais.
Antes do mundo se apavorar com os urros do King Kong, se encantar com o balé das naves em 2001 – Uma odisséia no Espaço e dançar nos Embalos de Sábado à Noite, os sons que se ouviam no escurinho do cinema eram os das risadas que se inflamavam a cada queda nas comédias pastelão, dos adolescentes suspirando pelas belas nos cinemas mudo e dos beijos dos casais que tinham no cinema um refúgio seguro para namorar. Isso quando o pianista, o conjunto ou orquestra que interpretavam ao vivo a peça musical que acompanhava as imagens na tela não estavam em ação. Um cenário que durou até 1927, quando a Warner lançou O Cantor de Jazz, um musical que pela primeira vez na história do cinema possuía diálogos e canções sincronizadas com as imagens.
A chegada do som ao cinema foi algo bem mais revolucionário do que, por exemplo, a da cor. Com os sons gravados diretamente na película (ou separadamente em discos de acetato, nos primeiros filmes sonoros), pela primeira vez era possível ouvir a voz dos ídolos do cinema, o que foi fatal pra muito dos atores. Quem também teve sua carreira arruinada foram os músicos que tocavam nas salas, substituídos por equipamentos de áudio. Já os compositores eruditos ganharam um novo e promissor mercado de trabalho, o que somando à iminência de guerra na Europa atraiu muitos mestres à América.
O primeiro filme a trazer uma trilha incidental especialmente composta para ele, por Marx Steiner, foi King Kong, em 1993.Outro marco aconteceu seis anos depois, com o lançamento de Fantasia, de Walt Disney. Pela primeira vez a ação dos personagens foi subordinada à narrativa da música. Em outras palavras, o roteiro de Fantasia é própria música. O filme também inovou no uso da música clássica pré-produzida, ao empregar, por exemplo, partes selecionadas da Sinfonia Nº 6 de Beethoven, também conhecida como Sinfonia Pastoral, para traduzir sentimentos da vida no campo. A equipe da Disney ampliou a significação de formas já existentes
Nos anos 70 os ritmos com raízes negras e a música pop passaram a dominar o cinema. O LP de Os Embalos de Sábado à Noite tornou-se a trilha sonora mais vendida de toda a história. Nos anos 80 a música pop toma definitivamente conta das produções, ao lado das trilhas instrumentais de filmes de fantasia e aventura, muitas delas assinadas por John Willians responsável pelas músicas de Tubarão, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Guerra nas Estrelas e Caçadores da Arca Perdida.
Nos anos 90, o cinema entra na era eletrônica e da velocidade. Alguns compositores, como Danny Elfman (Edward Mãos de Tesoura e Missão Impossível) e Alan Silvestri (Forrest Gump e A Morte Lhe Cai Bem), conseguem manter a qualidade da música orquestrada, mas o mercado torna-se cada vez mais propenso a substituir os instrumentos musicais por sintetizadores e canções pré-produzidas. O que vimos a partir dos anos 60 foi o quase abandono da grande trilha orquestral em favor dos gêneros populares e não raramente as trilhas sonoras são integradas apenas, ou principalmente, por canções

As 5 melhores trilhas de cinema

• King Kong – Max Steiner
• Bem-Hur – Miklos Rozsa
• Guerra nas Estrelas – John Willians
• 2001, Uma Odisséia no Espaço – Richard Strauss, Johan Strauss Jr. E Giorgy Lygeti, trilha musical de Stanley Kubrick
• O estranho Mundo de Jack – Danny Elfman

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